Como as Refeições em Família Ajudam a Criar Hábitos Saudáveis na Infância
Postado em: 19/05/2025

Os momentos à mesa vão muito além da nutrição. Para as crianças, especialmente na primeira infância, as Refeições em Família representam uma oportunidade de aprendizado, convivência e construção de vínculos afetivos.
Quando pais e filhos compartilham esse momento com regularidade, há um impacto direto na formação de hábitos saudáveis que podem acompanhar a criança por toda a vida.
Pequenas atitudes no dia a dia fazem grande diferença na relação das crianças com a comida. O simples ato de sentar-se à mesa com os pais ajuda a criar uma rotina alimentar mais equilibrada, segura e prazerosa.
A seguir, confira dicas e considerações sobre esse momento!
O papel do exemplo no comportamento alimentar das crianças
Crianças aprendem muito mais pelo que observam do que pelo que escutam.
Durante as “Refeições em Família“, elas têm a chance de ver os adultos comendo alimentos variados, experimentando novos sabores e mantendo uma postura tranquila diante da comida.
Esse exemplo é poderoso para estimular o interesse e a aceitação alimentar. Entre os comportamentos que os pais podem transmitir nesses momentos, estão:
- Comer frutas, legumes e verduras com naturalidade;
- Mastigar devagar e respeitar os sinais de saciedade;
- Evitar distrações com telas e dar atenção plena à refeição;
- Conversar sobre o sabor, a textura e os benefícios dos alimentos;
- Demonstrar prazer ao comer e respeito pelas preferências da criança.
Mesmo em rotinas agitadas, vale a pena tentar garantir ao menos uma refeição em família por dia.
O jantar, por exemplo, pode ser um momento de pausa para conexão e incentivo à boa alimentação.
Vínculo emocional nas refeições em família e segurança alimentar
As refeições em família também fortalecem o vínculo emocional entre pais e filhos.
Crianças que se sentem acolhidas e incluídas no ambiente familiar tendem a desenvolver mais segurança para explorar novos alimentos e lidar com frustrações à mesa, como a recusa de um prato novo.
Esse sentimento de pertencimento se reflete em:
- Menor resistência alimentar, com mais disposição para experimentar novos sabores;
- Redução do risco de compulsões alimentares ou comportamentos seletivos extremos;
- Criação de memórias afetivas positivas associadas à comida e ao cuidado familiar;
- Melhoria na autoestima e na percepção de autonomia durante as refeições.
Para a criança, o que está em jogo não é apenas o prato, mas o ambiente.
Um clima tenso ou forçado pode gerar ansiedade e aversão. Já um ambiente acolhedor promove experiências alimentares mais tranquilas e produtivas.
Dicas para tornar as refeições mais leves e participativas
Para que as refeições em família realmente cumpram esse papel formador, é importante que aconteçam com leveza, sem cobranças excessivas ou foco exclusivo na quantidade de comida ingerida.
Algumas estratégias podem facilitar esse processo, como:
- Envolver a criança na preparação dos alimentos, incentivando a curiosidade;
- Estabelecer horários regulares para as refeições, sem pressa;
- Servir porções pequenas e permitir que a criança peça mais se desejar;
- Estimular a autonomia com talheres apropriados e pratos infantis;
- Evitar usar a comida como recompensa ou punição.
O papel do pediatra em relação às refeições em família é orientar os pais sobre como equilibrar expectativas com respeito ao tempo de aprendizado da criança. Em minha prática clínica busco oferecer suporte personalizado a cada família, com foco no desenvolvimento de uma relação positiva com a alimentação desde os primeiros anos.
Se você quer conversar sobre esse ou outros aspectos relacionados ao desenvolvimento infantil, fique à vontade para marcar uma consulta! Vamos juntos na promoção de um desenvolvimento mais feliz e saudável.
Dra. Danielly Borges
Pediatra
CRM-SP: 179427 | RQE: 60504